O barulho do gerador me trás lembranças...
Sinto cheiro de madeira com açaí. Meus olhos enxergam nada
alem do ponto de luz que reflete da lanterna.
É meia noite, mas o céu é claro. E a claridade da lua revela
o seu corpo em meio à penumbra.
Sinto-me eufórico e perco o fôlego. Já descobri a fonte do
açaí... Com água na boca, me aproximo e me faço presente, guiado por minha
língua e minhas mãos, contorno toda a sua geometria. Sinto um novo aroma no
ar... Seco e úmido, agressivo e sereno, quente, mas também frio...
Doce, amargo, acida... Sabores e texturas. Movimentos
rítmicos e coordenados, harmônicos e turbulentos.
Com desejo de retornar mais uma vez.
O pensamento está tenso.
Observa e registra cada olhar, cada caricia e cada pedido de
quero mais.
Imediatamente, suas ordens são atendidas e nesse momento,
como se fosse um vulcão em erupção descarrega toda a minha força e energia.
Caio exausto e inerte olhando seus olhos...
Quando abro meus olhos não os vejo mais e percebo o sol
nascendo.
Ahhh que saudade do barulho do gerador.