terça-feira, 22 de maio de 2012

O BARULHO DO GERADOR


O barulho do gerador me trás lembranças...

Sinto cheiro de madeira com açaí. Meus olhos enxergam nada alem do ponto de luz que reflete da lanterna.

É meia noite, mas o céu é claro. E a claridade da lua revela o seu corpo em meio à penumbra.

Sinto-me eufórico e perco o fôlego. Já descobri a fonte do açaí... Com água na boca, me aproximo e me faço presente, guiado por minha língua e minhas mãos, contorno toda a sua geometria. Sinto um novo aroma no ar... Seco e úmido, agressivo e sereno, quente, mas também frio...

Doce, amargo, acida... Sabores e texturas. Movimentos rítmicos e coordenados, harmônicos e turbulentos.

Com desejo de retornar mais uma vez.

O pensamento está tenso.

Observa e registra cada olhar, cada caricia e cada pedido de quero mais.

Imediatamente, suas ordens são atendidas e nesse momento, como se fosse um vulcão em erupção descarrega toda a minha força e energia. Caio exausto e inerte olhando seus olhos...

Quando abro meus olhos não os vejo mais e percebo o sol nascendo.

Ahhh que saudade do barulho do gerador.