segunda-feira, 10 de setembro de 2012

FUNERAL NA AUTOESTRADA

"A morte não significa ,apenas, ausência de existência. Mas, também, a perda da característica de ser"
Leonardo Bruscagini

Seguindo em frente pela autoestrada a minha vida corre vibrante
A todo vapor ultrapassa obstáculos, 
Quebra barreiras,
E salta por abismos...

Com medo de cair e morrer [existência]
Mas com a confiança da superação que resulta em sua plena caminhada.

Pelo caminho passam uns e outros
Alguns e algumas
Personalidades brilhantes
Breve oportunidades
Sensações
Desejos
Aromas e sons.

Cada um deles com sua vida, com sua característica intrínseca a sua forma de existência.

Caminhando ao lado de  seus medos e conceitos, 
A morte caminha também
Não somente assombrando e ameaçando existência das formas
Mas, também, algo tão importante quanto a própria existência...

A suas caracteristicas intrínsecas,
aquilo que chama atenção,
aquilo onde a forma se supera e é imponente por assim ser
Simplesmente, ser...

Aquilo que esperamos,
Aquilo que contemplamos com os nossos olhos de artistas e ouvidos de músicos.

A morte caminha ao lado e ameaça seus conceitos que foram atribuídos a sua trajetória.

A morte não passa sua foice apenas  destrói, apenas apodera.

Aquilo que acreditava, e nao acredita mais
Aquilo que beijava, e não beija mais
Aquilo que admirava, e agora não admira mais.

Surpresas, dualidade, os dois lados da coroa, corrupção, perda de integridade, decepções relacionais, regras, exceções...

Causando dor,
Causando revolta,
Desequilíbrio,
Desentendimento e Inconformismo.

Não há mais saídas, e a autoestrada parece ter chegado ao fim de sua rota
Esse é o quilometro da angustia
aquilo que nos faz acreditar, momentaneamente, em nossa derrota
Em nosso fracasso,
Nada mais importa...

Não me sinto bem aqui.

O doce cheiro do açaí, não é mais
Agora sinto um fétido odor de escamas de peixe em decomposição
O barulho do gerador está lá,
Forte, intenso, barulhento e inconveniente
Mas continua sendo o gerador... e nesse ponto posso sentir novos ares
Nem tudo está perdido
Ainda restam coisas importantes a serem feitas.

Conceitos imutáveis, eternos, doce e amargo,
Infalíveis,
Imponentes...

Como um certo cara que não para de correr,
Nunca para de acreditar,
Um cara que parece ser resistente ao sofrimento,
Um cara que parece não conhecer fronteiras ou limites para amar,
Amar tudo o que é infinito 
Tudo o que é imutável
Tudo o que é eterno.

Porque nada disso morre.

A partida foi iniciada.

Abasteçam-se com vossa fé, nos veremos na próxima parada depois da via láctea.